..::data e hora::.. 00:00:00

Geral

Rio Iaco chega a 74 centímetros em Sena Madureira

Última chuva registrada no município do interior do Acre foi em julho, segundo a Defesa Civil Municipal. Em fevereiro, Rio Iaco chegou a 18,15 metros

O nível do Rio Iaco continua baixando e chegou a 74 centímetros nesta terça-feira (31). Segundo a Defesa Civil, o município estava sem chuvas significativas há quase 60 dias. Na noite dessa terça voltou a chover na cidade.

Em fevereiro desse ano, manancial chegou a 18,15 metros, atingiu mais de 5,2 mil famílias e afetou cerca de 17,3 mil pessoas.

Quase 80% da cidade ficou debaixo d’água. Seis meses depois, o cenário na cidade é diferente. O subcoordenador da Defesa Civil, Carlos Dávila, confirmou que a última vez que choveu em Sena Madureira foi em julho.

“No mês de julho choveu cerca de 16.9 milímetros. Uma vez só. Mês de agosto não choveu. Mas, não falta água, as bombas captadoras puxam água”, destacou.

A menor cota já registrada foi de 50 centímetros em 2005. Segundo Dávila, a previsão é de que o nível do rio continua descendo, mas não deve chegar aos 50 centímetros.

“Acho que não deve chegar a tanto. Está se mantendo em 74 a 73 centímetros”, concluiu.

alagacao webCheia do Rio Iaco atingiu mais de 17,3 mil pessoas em Sena Madureira — Foto: Quésia Melo/Rede Amazônica

Cheia histórica

O governo do Acre decretou estado de calamidade pública em dez cidades do estado devido à cheia dos rios. Entre essas cidades estava Sena Madureira. Mais de 5,2 mil famílias foram afetadas pela cheia. Na época, o Corpo de Bombeiros informou que 299 famílias, totalizando mais de 1,5 mil pessoas, tinham sido desabrigadas.

Outras 1.707 famílias, com cerca de 5,7 mil pessoas, ficaram desalojadas, ou seja, foram levadas para casas de parentes.

Mesmo com vazante de mais de 2 metros, Rio Iaco segue atingindo 17 bairros de Sena Madureira

Rio Iaco segue com mais de 2 metros acima da cota de transbordo e afeta 17,3 mil pessoas em Sena Madureira

Ainda conforme os dados, 1.161 pessoas foram atendidas pela corporação. O número de famílias desabrigadas que foram atendidas pelos bombeiros foi de 103 e 209 desalojadas. No entanto, o número real era bem maior, uma vez que muitas saíram de suas casas por conta própria.

As equipes empenhadas nas ações de assistência eram compostas por 25 militares e dois civis. A cidade de Sena Madureira instalou 47 abrigos em escolas, igrejas, centros esportivos e prédios públicos.

No dia 15 de fevereiro, o prefeito da cidade, Mazinho Serafim, declarou situação de emergência por 180 dias.

A família do diarista Ciro Souza foi uma das atingidas pela enchente. No dia 24 de fevereiro, uma equipe da Rede Amazônica Acre flagrou a família do diarista se arriscando e mergulhando dentro da casa onde moram para tentar retirar o que restou.

Os sobrinhos do diarista mergulharam, mesmo com a correnteza do Rio Iaco forte, e entram na casa submersa por uma janela. Os meninos não pareceram ter medo e retiram vários móveis, entre eles uma mesa e cadeiras.

A Energisa precisou suspender a energia elétrica de 2.622 clientes em Sena Madureira devido à enchente. A medida, segundo a Energisa na época, foi tomada para evitar acidentes com a rede elétrica nos bairros atingidos pela cheia dos rios.

A cheia do Rio Iaco trouxe outro problema para os moradores de Sena Madureira e de outras localidades. O tráfego no trecho de aproximadamente 100 metros no km 280 da BR-364, sentido Sena Madureira/Cruzeiro do Sul, interior do Acre, precisou se interrompido após o transbordamento do Igarapé Cajazeira.

O local passou por intervenções de elevação com pedras depois que as águas invadiram a pista durante a enchente dos Rios Iaco e Caeté, na região. Após quatro dias de interdição, o tráfego no trecho foi liberado no dia 21 de fevereiro.

banner mk xl