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Rio Branco registra aumento de 24% nos enterros em meio à pandemia

Em 2019, os quatro cemitérios da capital registraram um total de 994 sepultamentos, já no ano de 2020, ano em que começaram os casos de Covid-19, número saltou para 1.232. Em 2021, em menos de quatro meses já foram registrados 588 enterros

Os quatro cemitérios administrados pela prefeitura de Rio Branco registraram aumento de 24% no número de enterros ao longo do ano de 2020. Ao todo, foram 1.232 nos 12 meses do ano passado, contra 994 no mesmo período de 2019.

Os dados são da coordenação dos espaços repassados a pedido do G1 e indicam que a pandemia do novo coronavírus foi a principal responsável pelo aumento. Segundo a coordenação, do total de sepultamentos no ano passado, 268 foram de vítimas da Covid-19, ou seja, 22% do total.

Neste ano, a média mensal de enterros continua alta. Somente entre janeiro e os primeiros 13 de abril, foram registrados 588 sepultamentos nos quatro cemitérios. Desses, 273 foram de vítimas da Covid-19, ou seja, 46,4% do total.

Na capital, a prefeitura administra quatro cemitérios oficiais, são eles: Jardim da Saudade, São João Batista, São Francisco e Cruz Milagrosa. O que registra maior número de enterros foi o São João Batista, com 631 sepultamentos no ano passado, sendo 158 de vítimas da Covid-19, contra 508 em 2019. Este ano, em menos de quatro meses, o local teve 282 sepultamentos, sendo que 176 foram de infectados pelo coronavírus.

Em segundo lugar aparece o cemitério Jardim da Saudade, que teve 504 enterros em 2020, sendo 90 de pessoas com Covid-19. No ano anterior foram 402. Em 2021, já foram registrados 284 enterros, sendo 83 de vítimas da pandemia.

Segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, o Acre registra um total de 1.418 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, em março do ano passado. Ao todo, 75.405 casos foram confirmados da doença.

O atual o coordenador dos cemitérios, Marcos Souza, que assumiu a gestão no início deste ano, disse que no mês de março foram registrados o maior número de enterros.

“Em março, para você ter uma ideia, somente em um cemitério em um dia tivemos 12 sepultamentos de vítimas da Covid. Ficamos nessa média de 8 a 12 enterros por dia somente no São João Batista. Fiquei até assustado com a quantidade de enterros. Chegamos a ter fila de pessoas aguardando para fazer sepultamento. Por isso, a gente tem sempre que reforçar que as pessoas tenham os cuidados, esse é um inimigo invisível e está matando muita gente. Usem máscara, usem álcool em gel, mantenham distanciamento social”, disse o coordenador.

cemiterio 002 webSó há vagas para compras de lotes no cemitério Morada da Paz, em Rio Branco — Foto: Geisy Negreiros/G1

Falta de vagas

Os quatro cemitérios administrados pela prefeitura de Rio Branco não possuem mais lotes de terra para venda há pelo menos cinco anos. Na capital, há vagas apenas no cemitério Morada da Paz, que é particular.

O problema da falta de vagas nos cemitérios da capital não é algo novo. Em 2014, quando Marcus Alexandre ainda estava à frente da administração pública, chegou a anunciar um novo cemitério na capital que funcionaria em um terreno na estrada Transacreana. A obra estava orçada em R$ 18 milhões e deveria ter sido iniciada ainda em 2015.

Na época, a gestão apresentou o projeto gráfico do espaço, que seria um ‘cemitério-jardim’, em que não há a presença de monumentos e a única identificação é um placa de bronze ou outro tipo de material. No entanto, no ano passado, o então secretário da Zeladoria Municipal, Kellyton Carvalho, disse que o projeto foi cancelado por ter um custo alto e, por isso, a gestão não conseguiu os recursos.

O atual o coordenador dos cemitérios afirmou que a situação continua a mesma e que só é enterrado em um dos quatro cemitérios públicos de Rio Branco quem já possui terra.

“Quem não tem terra, se tiver condições financeiras, procura o Morada da Paz, que é particular. Mas, se for carente e se encaixar nos requisitos, a Prefeitura faz a doação do jazigo durante cinco anos, na área social do Morada da Paz. Nesse caso, após o período de cinco anos, a Prefeitura para de pagar, os restos mortais são retirados do local e levados ao ossário. A área social lá tem 7.424 lotes”, explicou.

cemiterio 003 webAcre registra mais de de 1,4 mil mortes por Covid-19 — Foto: Geisy Negreiros/G1

Mortes por Covid

O Acre segue com altos números de mortes por Covid-19 registrados diariamente. Em um levantamento, feito de acordo com dados dos boletins da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), é possível perceber que nos primeiros 15 dias de abril o estado registrou 121 mortes por Covid-19 e mais de 5 mil casos novos da doença.

O aumento segue uma tendência notada já no mês de março, quando houve o recorde de mortes pela doença. Para se ter uma ideia, nos primeiros 15 dias, março havia registrado 131 mortes e 5.403 novos casos.

Os dados revelam que das 1.395 pessoas que perderam a vida para a doença até o último dia 15, 811, que é 58% do total, eram homens e os outros 41%, 577, eram mulheres. O número de pessoas sem comorbidades mortas pela doença também continua aumentando, mesmo que ainda seja menor do que o número de pessoas com comorbidade que não resistiram. Do total das vítimas, 811 (58%) tinham alguma comorbidade, outros 584 (42%) não tinham histórico de outras doenças.

A faixa etária que registra mais mortos, 330, é a de 70 a 79 anos, seguindo também pela 60-69 anos, com 321 vítimas. O vírus atinge ainda mais as pessoas que são pardas, segundo o boletim, com 35.392 casos informados. Já entrre os índigenas, há 931 casos confirmados, o menor na distribuição dos casos confirmados pela etnia.

Maiores índices já registrados no Acre

  • Recorde de casos em 24 horas: 853 em 2 de abril;
  • Recorde de mortes em 24 horas: 16 mortes em 23 de junho de 2020;
  • Mês com maior número de mortes: março.

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