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Cruzeiro do Sul decreta situação de emergência após cheia do Rio Juruá

Cruzeiro do Sul decreta situação de emergência após cheia do Rio Juruá

Nesta segunda-feira (11), manancial segue em vazante e marcou 13,69 metros, apenas 69 centímetros acima da cota de transbordo. Prefeitura de Cruzeiro do Sul aguarda devolutiva do Governo Federal após decreto nível II, que busca mobilizar recursos aos afetados pela cheia na cidade

Em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, foi decretada situação de emergência nível II em razão da cheia do Rio Juruá que já afeta milhares de moradores da região. Nos últimos dias, o nível do manancial começou a apresentar baixa e populares que estavam com a água se aproximando do piso de suas casas se sentem mais tranquilos.

Na manhã desta segunda-feira (11), o rio marcou 13,69 metros, 69 centímetros acima da cota de transbordo, que é de 13 metros. O comandante do Corpo de Bombeiros em Cruzeiro do Sul, capitão Josadac Cavalcante, afirma que a redução é aparentemente pequena, mas que é muito significante.

“Somente na parte urbana aqui em Cruzeiro do Sul são mais de 20 km quadrados de área que foi inundada, então um pouquinho que baixar ali já é um alento, já é uma esperança que se gera nessas famílias. Inclusive grande parte delas estão sem energia elétrica devido ao nível do rio”, disse.

O capitão ainda explicou que a previsão é que o volume de chuva ajude na diminuição do nível do rio. “O prognóstico que temos até o dia 12 [de março] é de anomalia negativa para o Vale do Juruá, ou seja, uma quantidade de chuva abaixo da média climatológica para esse período. É um bom indicativo por enquanto, muito embora sabemos que o mês de março é o mês mais chuvoso aqui na região”, falou.

Ainda é uma redução tímida do nível do rio, segundo Cavalcante, mas tranquiliza milhares de famílias que moram as margens do rio Juruá que estavam com as casas a poucos centímetros de terem o piso coberto pela água. Na rua Nilo Peçanha, no bairro Saboeiro, essa era a notícia que muitos moradores aguardavam ansiosos.

Ricardo Marques, autônomo, disse que a preocupação era tanta, que fazia o monitoramento do nível das águas que se aproximava do piso de sua casa. “Tava bastante preocupado. Tava subindo e todo dia eu media com a trena. De meia em meia hora eu fazia o acompanhamento aí. As vezes subia meio centímetro, eu já falava pro vizinho: subiu meio centímetro. Teve um dia aí que subiu seis centímetros. Aí já pensei logo: vamos pro abrigo”, comentou.

A costureira Luzimar Ferreira, também revelou que ficou noites sem dormir temendo encarar os mesmos transtornos que teve em 2021, na maior cheia registrada no Juruá que, naquele ano, chegou a cota de 14,36 metros, apenas 32 centímetros a mais da marca deste ano.

“A gente se preocupa com tudo. A gente não tem condições a água chega e a gente não consegue levantar as coisas, a gente não tem madeira, aí fica difícil. Porque os móveis da gente se molhar não presta mais e as condições de comprar outro, não tem. Eu tava muito preocupada tanto por mim, quanto pelos meus filhos”, afirmou Luzimar.

Decreto

Na última quarta-feira, 6, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul elevou o status da Situação de Emergência do município para o nível II, em resposta ao aumento do nível do Rio Juruá e por conta do desalojamento de famílias devido à enchente.

O decreto, assinado pelo prefeito Zequinha Lima, autoriza a mobilização de recursos para lidar com os prejuízos, incluindo a evacuação e desapropriação de residências em áreas de risco. Além disso, permite a convocação de voluntários e campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade.

O prefeito disse que o rio subiu muito e por esse motivo foi necessário mudar o status da cidade.

“O rio ele subiu muito, atingiu quase 20 mil pessoas. Nós estamos hoje com 13 escolas sendo abrigos. 121 famílias dentro desses abrigos com 495 pessoas. Estamos cuidando dessas famílias, dando segurança para elas, mas é um momento de solidariedade, porque essas famílias vão ter que voltar para as suas casas, muitas famílias estão ainda dentro das suas casas, podendo sair apenas através de canoa e elas precisam de uma assistência da prefeitura, uma assistência do governo”, relatou.

Lima ainda explicou que aguarda o Governo Federal confirmar a situação da cidade.

“Estamos aguardando uma devolutiva do Governo Federal, porque nós já fizemos os nossos pedidos, pedimos socorro ao Governo Federal através da declaração de situação de emergência e essa semana, se Deus quiser, a gente espera ter um resultado satisfatório para que a gente possa auxiliar de maneira prática essas famílias que foram atingidas pela cheia do Juruá”, assegurou.

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