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Clima fica tenso em protesto de garis contra salários atrasados e tem confronto com tropa de choque da Polícia Militar do AC

Garis voltaram a fechar entrada da Zeladoria de Rio Branco em protesto contra salários atrasados nesta segunda (15), mas bloqueio foi retirado com chegada do Bope. Comandante do Bope diz que foi preciso usar gás de pimenta para dispersar movimento e liberar passagem de máquinas e funcionários

O clima ficou tenso durante o protesto de um grupo de garis que bloqueou a entrada da Secretaria Municipal de Zeladoria de Rio Branco, nesta segunda-feira (15), para impedir que os maquinários e trabalhadores saíssem do local. Eles reclamam de atraso no pagamento dos salários.

Uma equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionada para tentar liberar o local e a situação ficou ainda mais tensa. Os policias usaram escudo para tentar retirar o bloqueio dos trabalhadores e, com a resistência, acabaram usando gás de pimenta.

Um dos garis Valdenir de Lima Mesquita contou que o grupo está sem receber há um mês e 15 dias e reclamou da atuação da tropa de choque da Polícia Militar, que ele chamou de “covardia”.

“Estamos passando fome em casa, estou com um talão de luz atrasado, um talão de água, além disso, viemos reivindicar nossos direitos e o secretário ligou para a tropa de choque vir jogar spray de pimenta na nossa cara. Fomos espancados, pisoteados, um amigo pegou pancada. A gente só está atrás dos nossos direitos. Estou me tremendo, indignado, porque a gente trabalha, dá o nosso suor e, na hora de receber, o pagamento não sai. Foi um ato de covardia, porque somos trabalhadores, pais de família”, desabafou.

O G1 tentou contato com o secretário de Zeladoria, Joabe Lira, mas não obteve resposta até última atualização desta reportagem.

Essa é a terceira vez que o grupo fecha a entrada da secretaria em protesto por conta do atraso nos salários. Eles informaram que alguns chegaram a receber, mas somente o mês de janeiro, mas o salário de fevereiro não foi pago. A entrada da secretaria foi liberada horas depois do confronto com o Bope.

O encarregado Jailson Pereira de Santana diz que, apesar de ter recebido os salários, esteve no momento porque tem acompanhado de perto a situação dos colegas garis. Segundo ele, as promessas são muitas, mas os trabalhadores estão vivendo dias difíceis com os atrasos nos pagamentos.

“A empresa diz que a secretaria não repassou, a secretaria fala que quer repassar um valor e esse valor a empresa não está aceitando, porque não dá, segundo a empresa, para pagar os garis. São três empresas que o pagamento ainda não foi efetuado, e por empresa em média de 100 funcionários. O que a gente escuta no dia a dia é que estão com salário atrasado, estão sem gás, com problema na Justiça por questão de pensão. Só tristeza, todo mundo tinha uma programação, até no máximo dia 5 o pagamento saía, e hoje já é dia 15, as contas não esperam”, relatou.

‘Foi preciso usar essa força’

O comandante do Bope em exercício, major Rogério Silva, informou que a tropa foi acionada pelo chefe do gabinete militar da Prefeitura de Rio Branco e que precisou usar de uma força maior porque os trabalhadores não quiseram parar com o bloqueio do local.

Silva contou que em um primeiro momento, a polícia conversou com os garis que estavam fazendo o protesto e que eles concordaram em retirar o bloqueio para que os profissionais que queriam trabalhar pudessem sair do local. No entanto, ao verem os caminhões, máquinas e alguns colegas deixando a garagem, os manifestantes resolveram voltar a ficar na frente do local para impedir a saída.

“Conversamos e chegamos a um consenso, eles abriram o portão, e saíram para rua tranquilamente. Mas, na hora que começaram a sair as máquinas e caminhões com alguns funcionários, eles novamente voltaram para a entrada do local e fecharam, alguns sentaram na frente, outros foram para cima dos caminhões e máquinas para não saírem. E, mais uma vez, a gente negociou, conversou, e eles disseram que não iam sair, e a solução para aquele momento foi trazer a tropa de choque, que já se encontrava lá, já que naquele momento tinham se esgotado essas negociações”, informou Silva.

Ainda segundo o comandante, os trabalhadores fizeram um cordão de isolamento, um segurando o braço do outro, e foi quando a tropa de choque começou a usar os escudos para afastar o grupo e liberar a entrada da secretária.

“Um segurou no braço do outro e a gente só empurrando eles com o escudo não dava, então, é melhor eu fazer isso, do que usar um outro meio que venha machucar as pessoas. Do jeito que eles sentem, a minha tropa sente também. Foi preciso usar essa força a mais. Eles se afastaram. É normal a reclamação, aí depois que saíram as máquinas, os caminhões, a gente retirou a tropa e eles continuaram no local.”

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