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Caravana passa pelo Acre e faz abaixo-assinado em defesa da soberania da Amazônia

Em caravana pelos estados da Amazônia Legal, um grupo de músicos do Instituto Plínio Correia de Oliveira passou pelo Acre

, na quarta-feira (17), para fazer um abaixo-assinado alertando a população sobre possível risco à soberania da Amazônia.

Conforme um dos encarregados da campanha, Paulo Américo, durante todo o mês de julho, os mais de 40 voluntários vão percorrer os estados da Amazônia.

O grupo faz críticas ao tema do Sínodo dos Bispos – evento convocado pelo Papa Francisco – que deve questionar o modelo de desenvolvimento da região.

O evento, que vai reunir bispos dos nove países que abrangem a Amazônia, entre os dias 6 e 27 de outubro de 2019, vai debater os principais problemas da região e a presença da igreja Católica junto aos povos amazônicos.

“Somos uma entidade civil, de inspiração católica, e temos objetivo de defender a civilização cristã no Brasil. Estamos fazendo uma campanha a respeito do Sínodo da Amazônia. Há notícia de pessoas entre os participantes do sínodo que querem internacionalizar a Amazônia, ou entregar a Amazônia para o controle de ONGs ou instituições internacionais”, disse Américo.

O grupo circulou pelo Centro da capital acreana, Rio Branco, falando sobre o tema e pedindo que as pessoas assinassem o abaixo-assinado. Além do Acre, eles passaram por Rondônia, Amazonas e Cuiabá.

“Nós estamos fazendo esse abaixo-assinado justamente para mostrar que a população aqui da região da floresta amazônica não quer esse tipo de coisa. A população também rejeita a ideia de que os índios devem ser mantidos na floresta como espécie de zoológico humano”, falou o voluntário.

O que é o Sínodo dos Bispos?

De forma geral, o Sínodo dos Bispos é uma reunião de autoridades da Igreja Católica com o Papa para discutir e propor soluções para um tema específico da Igreja. Foi criado em 1965 por Paulo VI.

Em outubro de 2017, Francisco convocou o sínodo sobre a Amazônia. A reunião imediatamente anterior foi sobre jovens e, antes ainda, houve dois encontros sobre a família, por exemplo.

Embora seja um evento típico da Igreja, os sínodos tocam em pontos mais abrangentes – cultura, política, economia, problemas sociais, ambientais, etc.

Antes da reunião, o Vaticano envia questionários às comunidades e outras instituições envolvidas no tema do sínodo. Também se realizam reuniões “pré-sinodais”, em que os fiéis apresentam propostas para o sínodo.

Todas essas respostas são resumidas em documentos que servem de base para o encontro. Participam do sínodo membros eleitos pelos bispos de cada país envolvido, autoridades do Vaticano, especialistas no tema e pessoas nomeadas pessoalmente pelo Papa.

Ao fim do sínodo, os bispos publicam um documento que orienta a Igreja dali em diante. E o Papa também pode escrever um texto de sua autoria, uma “exortação apostólica pós-sinodal”.

Por que a Amazônia?

A ideia do Papa Francisco de convocar uma reunião sobre a Amazônia, segundo o Vaticano, vem das dificuldades de a Igreja atender os povos da região, especialmente os indígenas. “O problema essencial é como reconciliar o direito ao desenvolvimento, inclusive o social e cultural, com a tutela das caraterísticas próprias dos indígenas e dos seus territórios”, afirmou Francisco, em fevereiro de 2017.

Os países amazônicos são Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. No total, são cerca de 34 milhões de pessoas, dos quais mais de 3 milhões são indígenas de 390 grupos étnicos diferentes.

Faltam padres, as distâncias entre as comunidades são longas e a carência de serviços públicos acaba fazendo com que a Igreja assuma papéis de assistência social. O tema do sínodo é “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Porém, o Vaticano afirma também que “o Sínodo Amazônico é um grande projeto eclesial, cívico e ecológico”. Portanto, acredita que vá além dos limites da Igreja.

Pontos que serão debatidos

O documento que orienta a reunião tem também duras críticas a questões que não são internas da Igreja. O texto questiona o atual modelo de desenvolvimento da Amazônia. Entre os pontos a serem debatidos estão:

  • a complexa situação das comunidades indígenas e ribeirinhas, em especial os povos isolados;
  • a exploração internacional dos recursos naturais da Amazônia;
  • a violência, o narcotráfico e a exploração sexual dos povos locais;
  • o extrativismo ilegal e/ou insustentável;
  • o desmatamento, o acesso à água limpa e ameaças à biodiversidade;
  • o aquecimento global e possíveis danos irreversíveis na Amazônia;
  • a conivência de governos com projetos econômicos que prejudicam o meio ambiente.

Portal G1/AC

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