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Acre recebe reconhecimento internacional de área livre de aftosa

O rebanho bovino do Estado do Acre foi reconhecido como livre de aftosa sem vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A notícia foi compartilhada no final de maio, em uma live com a participação da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e parlamentares do Acre e outros cinco estados que também conquistaram o reconhecimento internacional: Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso.

No Acre, vacinar o rebanho contra a doença não é mais uma exigência, desde setembro de 2020, quando entrou em vigor a instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que reconheceu esses estados como área livre de febre aftosa sem vacinação. Para ser considerado livre desse problema sanitário os estados precisam dispor de um sistema de vigilância robusto e efetivo. A Embrapa Acre, em parceria com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), estruturou um banco de dados com informações sobre o rebanho bovino do Estado, obedecendo a critérios propostos pelo Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA), do Mapa, e requisitos internacionais. 

“Trabalhamos com informações que são a base para as atividades de vigilância, possibilitando a profissionais do Idaf, em todo o estado, acessar e atualizar os dados, principalmente aqueles georreferenciados, com mais de 90% de acerto. Também treinamos os técnicos para melhoria do cadastro de dados, incluindo o uso de ferramentas de geoprocessamento e produção de relatórios estatísticos e mapas a partir desses dados”, explica o analista da Embrapa Acre Francisco Carlos. 

De acordo com o presidente do Idaf no Acre, José Francisco Thum, o fornecimento e compartilhamento de informações pela Embrapa foi realizada por meio de cooperação entre os dois órgãos. “Além de possibilitar o acesso a importantes dados de pesquisa, contribuiu para a tomada de decisão. O trabalho de gestão dessas informações foi necessário no contexto geral e possibilitou atender muitas demandas do Mapa”, afirma. 

Selo internacional 

O reconhecimento pela OIE foi concedido após anos de trabalho para erradicar a febre aftosa com uso de vacina. Em 2016, o Mapa criou o PNEFA para apoiar a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença no país. Após análises, Acre, Rondônia, Paraná, Rio Grande do Sul e alguns municípios do Amazonas e Mato Grosso foram escolhidos para compor o Bloco 1 dos estados que poderiam retirar a vacina contra a doença, com prazo entre 2017 e 2019, adiado para 2020 em decorrência da pandemia do Coronavírus. 

“Quando os níveis necessários foram alcançados e o Bloco 1 reconhecido pelo Mapa como área livre sem vacinação, foi enviada solicitação à OIE e, após análise do corpo técnico da instituição, o reconhecimento internacional foi alcançado”, afirma o diretor técnico do Idaf Jessé Monteiro, ressaltando que essa conquista coloca o Acre no grupo seleto de estados brasileiros em condições de atender a protocolos sanitários exigidos internacionalmente, necessários para acesso a novos para mercados.

Ao receber o reconhecimento, poderão surgir novas oportunidades de negócio para o Estado, como a exportação de produtos e subprodutos de origem animal para outros países, aspecto que influencia indiretamente a valorização do rebanho acreano e poderá contribuir com o aumento da renda dos pecuaristas e da arrecadação do governo.

“Acreditamos que essa nova condição do rebanho acreano atrairá novas empresas do setor, favorecendo a intensificação da produção do agronegócio, o uso de tecnologias e a preservação do meio ambiente. Foi difícil obter esse reconhecimento e para a sua manutenção teremos que intensificar as ações de controle sanitário exigidas pelo Mapa e OIE, com a ajuda de toda a cadeia produtiva da pecuária no estado”, afirma Thum. 

Colaboração: Maria Fernanda Arival

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