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Brasil/Mundo

Servidores da Anvisa classificam atitude de Bolsonaro como “fascista”

Presidente da República ameaçou expor nomes dos técnicos que aprovaram a imunização de crianças contra a covid-19

A associação de servidores da Anvisa (Univisa) divulgou uma nota nesta sexta-feira (17) para repudiar as intimidações do  presidente Jair Bolsonaro (PL) ao corpo técnico da agência, que aprovou a aplicação de vacinas da Pfizer contra Covid em crianças de 5 a 11 anos. Durante uma transmissão ao vivo nas suas redes sociais, na quinta-feira, o titular do Palácio do Planalto defendeu a exposição dos nomes dos servidores que chancelaram a vacinação infantil.

Na ocasião, Bolsonaro, que é crítico à imunização de crianças, também afirmou que os pais devem avaliar se os filhos devem ou não ser vacinados.

“Não sei se são os diretores e o presidente que chegaram a essa conclusão ou é o tal do corpo técnico, mas, seja qual for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram aqui a vacina a partir dos cinco anos para o seu filho. Agora mexe com as crianças. Então quem é responsável é você pai. Tenho uma filha de 11 anos. Vou estudar com a minha esposa qual decisão tomar”, declarou.

Em resposta, a Univisa afirmou que “repudia qualquer ameaça proferida contra o corpo técnico da Anvisa, bem como a quaisquer tentativas de intervenção sobre o posicionamento da autoridade sanitária que não advenham do debate estritamente científico e democrático”.

A associação disse ainda que os diretores e servidores da Anvisa “sofreram ameaças” após os rumores de possível liberação da vacina para crianças.

Segundo a nota, as ameaças são “algo extremamente incompatível com o regime democrático e que deveria inspirar a máxima atenção das autoridades competentes”.

A Univisa argumentou que a divulgação da identidade dos envolvidos na análise técnica “mostra-se como ameaça de retaliação[...], método abertamente fascista e cujos resultados podem ser trágicos e violentos”.

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