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Brasil/Mundo

No G20, Haddad pede ações para reduzir juros e avançar meta climática

No G20, Haddad pede ações para reduzir juros e avançar meta climática

Ministro criticou a forma com que o presidente Jair Bolsonaro tratava a questão internacional

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , discursou nesta sexta-feira (24) no G20, grupo das maiores economias do mundo, e pregou diálogo entre os países, mas com foco em ações que tenham resultados práticos, principalmente visando desenvolvimento sustentável, redução dos juros e do nível de endividamento. 

Haddad lembrou que em 2008 o G20 conseguiu superar a crise financeira e espera que o grupo consiga resolver a crise atual da mesma forma, através do multilateralismo, mas com atitudes concretas e não só diálogo. 

“Hoje enfrentamos vários desafios interligados, crises multidimensionais, a consequências da pandemia, guerras, conflitos, aumento da pobreza, desigualdades e obstáculos ao fornecimento de alimentos e energia limpa a preços acessíveis. Nesse contexto, o aumento do diálogo entre as maiores economias é importante, mas não suficiente. Precisamos de ações com resultados concretos.”

O ex-prefeito de São Paulo também se demonstrou preocupado com os níveis de endividamento, principalmente entre os países mais pobres. Segundo ele, o aumento nas taxas de juros em meio às fragilidades da economia global agravam o cenário.

Haddad defendeu que os países aprofundem seus investimentos com objetivo de atingir o desenvolvimento sustentável e disse apoiar discussões sobre as reformas dos bancos multilaterais de desenvolvimento, a fim de reforçar o seu papel na formação de parcerias para lidar com o problema do clima, da alimentação e da pobreza. 

“Essas instituições devem estar bem capitalizadas e flexíveis para apoiar os países em desenvolvimento com financiamento de longo prazo, taxas de juros e estruturas inovadoras para reduzir riscos, estimular relações público-privadas parcerias e atrair investimentos privados”, cobrou.

Ele ressaltou, no entanto, que para países em desenvolvimento o custo para financiar ações climáticas é mais elevado e acompanha outros riscos. 

“O financiamento climático é mais caro e vem com taxas de risco mais altas para esses países, o que torna mais difícil para eles atingirem as metas de redução de emissões de carbono. É fundamental que os países desenvolvidos cumpram os compromissos estabelecidos pelo Acordo de Paris e a ambição declarada em Glasgow e no Egito, incluindo escala de recursos para mitigação e adaptação”, afirmou.

Haddad reforçou ainda o compromisso renovado do presidente Lula de acabar com o desmatamento até 2030.

O ministro criticou o período em que o ex-presidente Jair Bolsonaro esteve na presidência. Segundo ele, “o Brasil estava isolado, ausente e em desacordo com seus valores e tradições”. Haddad prometeu retomar o protagonismo brasileiro nas discussões internacionais. 

“Olhando para o futuro, vamos reconstruir nossa presença internacional. Os assuntos econômicos e financeiros são uma parte crucial desse esforço.”

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