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Japão acusa China de lançar mísseis em zona econômica do país

Japão acusa China de lançar mísseis em zona econômica do país

Ministros das Relações Exteriores do Sudeste Asiático pedem ‘contenção máxima’ e secretário de Estado americano diz que escalada ‘não serve a ninguém’

O Japão apresentou um protesto formal à China, depois que seu Ministério da Defesa acusou Pequim de disparar cinco mísseis balístico s em direção à zona econômica exclusiva (ZEE) do país. Os disparos, parte dos exercícios militares com munição real realizados pela China em torno de Taiwan, terminaram no mar e não causaram danos, afirmou o ministro de Defesa japonês, Nobuo Kishi. 

“Acreditamos que cinco dos nove mísseis balísticos lançados pela China caíram na ZEE do Japão”, disse o ministro, que especificou que a estimativa foi feita pelo Japão. “O Japão apresentou um protesto à China por meio de canais diplomáticos. É um problema sério que afeta nossa segurança nacional e a de nossos cidadãos.”

Esta foi a primeira vez que mísseis balísticos chineses entraram na ZEE japonesa. Algumas ilhas do departamento de Okinawa, no extremo Sul do Japão, ficam a apenas algumas dezenas de quilômetros de Taiwan.

Após as maiores manobras de guerra já realizadas por Pequim na região, os ministros das Relações Exteriores do Sudeste Asiático pediram, nesta quinta-feira, “contenção máxima” em um comunicado divulgado durante uma reunião anual no Camboja. Já o secretário de Estado americano, Antony Blinken, voltou a afirmar que os Estados Unidos não mudaram sua política sobre a situação de Taiwan e que a “escalada não serve a ninguém”.

Às margens de um encontro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) no Camboja, Blinken afirmou que “os EUA se opõem a qualquer esforço unilateral para mudar o status quo de Taiwan, sobretudo com a força”.

“A política sobre a ilha não mudou e a estabilidade do Estreito está no interesse de toda a região. Nós e países ao redor do mundo acreditamos que a escalada não serve a ninguém e pode ter consequências não intencionais que não atendem aos interesses de ninguém”, disse.

Os enviados da Asean também expressaram preocupação de que os acontecimentos “poderiam desestabilizar a região e, eventualmente, levar a erros de cálculo, confrontos sérios, conflitos abertos e consequências imprevisíveis entre as principais potências”, sem citar China, Taiwan ou EUA.

Já o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou os exercícios militares e considerou que a visita de Pelosi “não era uma justificativa”.

Os exercícios vão durar até as 12h de domingo (13h no Brasil), segundo a emissora estatal CCTV. Eles foram anunciados há dois dias, em represália à visita a Taiwan da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, que a China considerou uma violação da sua soberania e um estímulo à independência da ilha.

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