Xapuri, Sena Madureira, Tarauacá, Santa Rosa do Purus, Feijó, Epitaciolândia, Brasiléia e em Plácido de Castro também registram elevação do nível das águas. Maioria segue em monitoramento, mas em Feijó e Santa Rosa do Purus as equipes de resgate já retiraram famílias de casa
Além da situação crítica registrada em Rio Branco, que já atinge mais de 20 mil moradores, a cheia dos rios também provoca impactos em cidades do interior do Acre.
O g1 apurou junto às defesas civis municipais nesta segunda-feira (29) que Feijó e Santa Rosa do Purus são os municípios com registro de famílias desabrigadas, enquanto outras cidades seguem em alerta ou apenas monitoram a elevação dos níveis dos rios.
Feijó
Em Feijó, o Rio Envira ultrapassou a cota de transbordamento, que é 12 metros, na manhã desta segunda (29) e marcou 12,08 metros, oito centímetros acima do limite.
Cerca de 30 residências foram afetadas nos bairros Aristides, Bairro do Hospital e Terminal. Duas famílias estão desabrigadas e foram encaminhadas ao abrigo municipal, instalado na Escola Peti, no bairro Cidade Nova.
Santa Rosa do Purus
Já em Santa Rosa do Purus, o Rio Acre atingiu 9,42 metros, 42 centímetros acima da cota de transbordamento, e já desabriga uma família. A Defesa Civil Municipal instalou um abrigo em uma escola da cidade.
Ainda segundo o órgão, aproximadamente 60 famílias foram atingidas pela cheia, mas não deixaram suas casas.
Plácido de Castro
Em Plácido de Castro, as chuvas intensas causaram o transbordamento dos igarapés Santa Helena e Visionário, além do isolamento de ramais e bairros da área urbana. Uma família precisou deixar a residência e foi acolhida por parentes.
O Rio Abunã, principal curso d’água do município, está em 12,27 metros, próximo da cota de transbordamento, fixada em 12,50 metros.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, sargento Henre Bezerra, as famílias afetadas estão recebendo apoio com sacolões, consultas médicas e assistenciais em casa.
“Desde o início estamos dando apoio as famílias atingidas. Também estamos avaliando os danos em pontes e ramais e adotando medidas para restabelecer o acesso e reduzir os prejuízos à população”, detalhou.

Epitaciolândia e Brasiléia
Na cidade de Epitaciolândia, apesar de o Rio Acre não ter atingido a cota de alerta, que é 9,80 metros, o órgão informou que cerca de 100 famílias foram afetadas direta ou indiretamente, incluindo produtores rurais.
Nesta segunda-feira (29), o nível do rio está em 5,18 metros, e a Lagoa dos Patos, região que influencia o volume de água nos municípios, segue em processo de vazante.
Já em Brasiléia, o Rio Acre não atingiu a cota de alerta, também de 9,80 metro, e entrou em processo de vazante após marcar 8,80 metros no fim de semana. Nesta segunda (29), o nível baixou para 5,18 metros, também sem registro de bairros afetados.

Tarauacá
Em Tarauacá, o rio de mesmo nome transbordou na manhã desta segunda (29) e atingiu 10,05 metros, mas não há registro de retirada de famílias. A cota de transbordo na cidade é 9,50 metros.
A água atingiu quintais e algumas ruas nos bairros Senador Pompeu, Triângulo e Ilha Grande. Mas, segundo a Defesa Civil, um abrigo já está preparado.
Sena Madureira
Já em Sena Madureira, o Rio Iaco marca13,26 metros nesta segunda e está abaixo da cota de alerta, que é de 14 metros e não há famílias desabrigadas no município.
Xapuri
Em Xapuri, o Rio Acre chegou à cota de atenção, com pico de 10,77 metros, segundo a Defesa Civil Municipal, mas iniciou vazante e marcou 9,87 metros nesta segunda (29). Ainda de acordo com o órgão, nenhuma família foi afetada.
Cheia na capital
Em Rio Branco, a enchente do Rio Acre segue em nível crítico. Nesta segunda-feira (29), o manancial atingiu 15,37 metros e já desabriga mais de 400 pessoas.
Segundo dados da Prefeitura de Rio Branco e do governo estadual, 135 famílias estão instaladas em sete abrigos, enquanto outras 216 famílias estão desalojadas, acolhidas em casas de parentes ou amigos.
Do total de desalojadas, 138 solicitaram apoio da Defesa Civil para remoção e outras 78 deixaram as residências por conta própria.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, o Rio Acre é monitorado desde 1970 e a única vez que foi registrado tamanho transbordamento em dezembro foi no ano de 1975, há 50 anos.
Além disso, na capital choveu, até o último domingo (28), um total de 483 milímetros, sendo que a média esperada para o mês era em torno de 265 milímetros. O que se reflete em um acumulado total de 97% de chuvas acima do esperado para todo o mês.
